O sonho é uma ferramenta tão extraordinária para se viajar, delirar, teletransportar para outro universo, paralelo talvez.
Sentado em um trem com o destino a uma viagem incrível, pena não saber ao certo qual seria minha parada. Uma mulher, loira, corpulenta, com uma aparência de jovem, estava do meu lado lendo uma revista de novelas enquanto estávamos na estrada.
Olhando pelo vidro do trem via as arvores, montanhas, casebres, tudo no seu devido lugar, espaço. Suas colorações que eram diferentes, a cada conjunto de montanhas as arvores mudavam de espécie, as casas tinham adereços únicos e diferentes das outras que vi anteriormente, as montanhas tinham um pigmentação estranha, como se alguém tivesse propositalmente tingidas de uma única cor em cada moro. Achei estranho mas lindo, tudo se encaixava, deixando a paisagem uniforme.
No meu colo tinha uma máquina fotográfica, uma Polaroide (uma máquina antiga que tirava fotos instantâneas), e comecei a fazer algumas fotos da linda paisagem que passava tão rápido por mim. Decidi andar pelo trem procurando coisas, objetos, pessoas em que pudesse tirar uma foto, ou talvez pudesse interagir fazendo minha viagem mais prazerosa e divertida. Andando entre as cabines do trem, vou observando pessoas vestidas de formas diferentes em cada espaço. Uma grupo de senhoras vestidas como camponesas todas de vermelho, conversavam baixinho enquanto faziam uma flanela de retalhos. Logo após, velhos senhores, todos de casacos na cor marrom escuro, lendo seus jornais e num silencio mórbido. Uma cabine, duas cabines, três, e assim fui olhando para pessoas distintas e uniformizadas por cores.
Notei que minhas roupas eram diferentes, não havia uniformidade, era colorida, e um sobretudo cinza por cima, pois estava frio. Me senti um intruso, como podia em tamanha uniformidade em um trem, na natureza e eu com várias cores? Voltei para a minha cabine e a mulher meio corpulenta não estava mais lá. Fiquei sozinho, lembrei que ela vestia um cinza, tão igual ao meu sobretudo, mas ela só possuía o cinza e nada mais.
Enquanto essa dúvida me torturava, olhava o trem parando em cada estação, a estação com cor verde saiam apenas os que tinham aquela cor, estação rosa, estação branca, estação amarelo, e assim fui olhando todos saindo e eu ficando mais e mais sozinho.
No medo que não houvesse mais ninguém no trem, fui procurando alguém que iria descer na mesma estação que eu, talvez existisse uma estação colorida. As cabines do vagão que eu estava todos já tinham saído. Pulei para o outro vagão, e continuei procurando, agora mais rápido, quase correndo, olhando de um lado ao outro, procurando uma esperança de não ser o único ali.
De vagão em vagão, fui atravessando o trem inteiro até chegar no ultimo, era minha esperança que aquela ainda tivesse pessoas e que fossem vestidas que nem eu. Entrei, meu coração aumentava o ritmo em cada passo dado em direção as cabines. A primeira nada, a segunda nada, a terceira (ufah) tinha gente, eram os de preto, fiquei aliviado por saber que ainda tinha pessoas mas não eram que nem eu. Entrei mesmo assim na cabine e perguntei alto, - Alguém sabe porque eu sou assim? Colorido, diferente, e não encontro pessoas como eu nesse trem?
Fui acordando...
Uma mulher sentada de frente para mim se levanta e com um lindo sorriso pede pra eu sentar ao lado dela. Com a mão no meu rosto ela começa a falar. - Meu querido, há muito tempo existe uma divisão de cores no mundo, mas algumas pessoas se apaixonaram quando estiveram nesse trem, e conseguiram fugir para um lugar lindo cheio de cores diferentes e sem regras. Lá eles tiveram filhos que nasceram diferentes, coloridos, alegres assim como você.
Fui acordando...
Assustado e emocionado com que ela dizia perguntei: - Mas por que estou sozinho aqui? Ela se levanta e caminha para fora da cabine e me pedi para segui-la. Fomos andando até a ultima cabine, e lá aparece uma mulher de vestido grande, todo colorido e andando na nossa direção.
Fui acordando...
Olhando mais de perto fui reconhecendo aquele rosto, me era familiar, família..
- MÃEEE!!!
Acordei.
By: Kodah.
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